fbpx
sexta, 31 maio 2013 17:13

Toma e Lê - 208

Escrito por Pe Mesquita

Corpo de Deus

Corpo de Deus

A origem desta solenidade remonta ao séc. XII num despertar da devoção eucarística. Esta celebração acentua essencialmente a presença real de Cristo, no Pão e no Vinho consagrados, o que os torna dignos de adoração. Esta Solenidade celebrou-se pela primeira vez em 1247 na cidade belga de Liège, depois das visões de Juliana Cornillon. Esta Festa estendeu-se a toda a Igreja pelo Papa Urbano IV, em 1264 que incumbiu S. Tomás de Aquino de escreveu os textos para a missa e Liturgia das Horas.
Na primeira leitura, a figura de Melquisedec, porventura um pequeno rei cananeu, irá ter uma notável repercussão na tradição judaica e cristã.

Será atribuído a este soberano um sacerdócio superior ao dos levitas. Melquisedec torna-se figura profética de Jesus Cristo, constituído por Deus, Sumo Sacerdote para sempre.
Na segunda leitura S. Paulo vê-se na obrigação de recordar aos cristãos de Corinto a tradição da instituição da Eucaristia, por causa dos abusos durante a refeição fraterna que acompanhava a celebração eucarística. O Apóstolo recorda que Jesus associa agora aqueles que participam na Eucaristia à sua morte Salvífica.
No Evangelho Jesus quer retirar-se com os discípulos que anteriormente enviara em missão mas a multidão segue-O. Não se afasta, anuncia o Reino de Deus e cura os doentes. Prepara a multidão para acolher a refeição milagrosa – a multiplicação dos pães e dos peixes, prefiguração da dádiva da Eucaristia.
A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo quer celebrar a dádiva eucarística e relembrar aos crentes o valor dessa dádiva. Nas espécies do pão e do vinho, Jesus Ressuscitado está realmente presente naquela oferta de Si mesmo realizada na cruz e por isso com aquele amor que cura, une e alimenta para a vida eterna, comunicando o Seu bem mais precioso: o Espírito Santo, princípio de unidade e de filiação. Necessariamente, a dádiva eucarística tem, também, um impacto na vida de cada um. Quer ver realizado na vida e nas relações o que o Sacramento significa: o amor que actualiza a comunhão entre os irmãos e que impede os cristãos a serem para os homens o "Corpo dado para a vida do Mundo". A recepção da Eucaristia é sempre uma chamada à unidade e ao envio dos homens.

 

Revelações da Beata Alexandrina

Alimento DivinoJesus: "Vem ao cenáculo: medita tudo o que lá sofri, mas não vos quis deixar sós. Instituí o meu grande sacramento".
Alexandrina: "Fui com Jesus e com os apóstolos para a grande sala onde se passa a Ceia. Enquanto subia as escadas, senti que Jesus desejava ardentemente comer aquela Ceia com os apóstolos. Durante a Ceia, Jesus com os olhos voltados para o Céu, inflamou-Se todo em fogo, todo em amor. Que rosto belíssimo! E naquele momento, mais que nunca os apóstolos saciaram-se de Jesus, inflamaram-se de amor ao ponto de compreenderem tudo o que Ele dizia. Vi o doce Jesus abençoar o pão e, naquele momento de amor e de maravilha sem igual, senti que o Mundo era outro. Jesus dava-se Ele próprio em alimento; e partia para o Céu e permanecia com o Mundo. Aquele amor estendeu-se por toda a humanidade. Esta bênção foi feita antes que S. João se abandonasse sobre o peito do Senhor".
(...) Enquanto se sentava falou por Si o Seu Sagrado Coração: "Alimento Divino, a Ceia do Seu amor! Toda a sala se iluminou, todos os apóstolos ficaram embevecidos por aquele amor que Jesus irradiava dos Seus olhos divinos, da Sua boca e de todo o Seu Ser, porque Ele era todo o amor. Só Judas, desesperado, com o demónio e o fogo infernal em si, não recebia o amor de Jesus como Ele amava, sofria, sorria! Como via tudo o que O esperava! ... Mas senti muito a ternura e amor de Jesus pelos Seus apóstolos. Judas parecia ter em si o demónio. Todos os discípulos receberam a Comunhão das mãos de Jesus, ardentes de amor. Devo dizer que até Judas a recebeu! Ele estava afastado, Jesus estendeu para ele a sua mão divina com o Alimento Celeste. E pouco depois, Judas saiu com um aspecto de fazer desesperar. Todas as pessoas presentes ficaram em paz e amor. Queria que todos conhecessem aquele mistério de pão e de vinho transformados no Corpo e no Sangue do Senhor. Mistério admirável! Abismo insondável do amor! Foi tal a luz, foi tal o amor que nos envolveu a todos, aos apóstolos e a mim"!